Objetivo

O blog visa compartilhar registros das aulas (anotações, fotos, vídeos) comentários críticos sobre os procedimentos vivenciados, acrescentar textos teóricos, poéticos, sugestão de links, músicas. São 15 tópicos, referente as cada uma das aulas ministradas entre março e junho de 2010. Em agosto de 2010 serão publicados artigos hipertextuais produzidos por cada um dos alunos que focam princípios e procedimentos de encenação.



Pina Bausch 3:

Parte 1:

O Estranhamento: A tradição da comédia, o conceito de grotesco em Meierhold, o estranhamento/distanciamento dialético proposto por Brecht, o estranhamento de enfoque social da dança de Kurt Joss.
Haveria em Pina Bausch uma espécie de estranhamento onírico? (Ver artigo sobre o gesto de Pavis)

Haveria uma influencia das artes visuais: Bruguel, o simbolismo - e da Performance como linguagem artística: dramaturgia do corpo do bailarino.
Podemos pensar, concordando com Birringer em uma cena pós-moderna de resistência” de dramaturgos como Bausch e Heiner Muller ( “O Teatro de Heinner Muller”, de Ruth Röhl)

Procedimento: “Imagem Dialética”: na mesma imagem cênica operam duas dimensões. Na primeira, de inspiração artaudiana, a encenação tenta provocar o espanto e o choque de percepção no espectador, atingindo-o de forma sensorial. Na segunda dimensão, de inspiração meierholdiana/brechtiana, a cena apresenta ao espectador sinais contraditórios e ambíguos, signos abertos que exigem uma reflexão do público, acerca das relações sociais, da história, das relações humanas. “É necessário dar trabalho ao espectador”.

A noção de imagem dialética parte da reflexão de Ruth Röhl, no seu livro O teatro de Heinner Muller.

Parte 2:

Exibição do filme “O Lamento da Imperatriz”, de Pina Bausch.

Parte 3:

Debate sobre os procedimentos utilizados no filme. Recusa da narração. Montagem, Recorte e Colagem, leitmotiv (motivo recorrente), Ações Radicalidade: “Pina Bausch fez tudo o que nós de teatro não tivemos coragem de fazer” segundo Robert Wilson na introdução do livro de Fábio Cipriano.

Procedimento Imagem Poética (Peter Brook falando sobre Beckett em O ponto de mudança). Pesquisa feita na França revelou que, após dez anos lembramos apenas das principais imagens da cena teatral assim como das relações espaciais que vivenciamos como espectador. Uma questão: Imagens poéticas são gravadas na memória porque nos envolvem afetivamente com a cena?

Estudo individual:

À luz do debate realizado hoje,pensar possibilidades cênicas para a retomada do trabalho em grupo, tendo em vista o tema e os objetivos que cada grupo selecionou.Pensar ambientes, adereços, cenografias que provoquem o estranhamento das ações.

Leituras indicadas:

concluir/rever leitura de : cap. 4 “O Lamento da Imperatriz um percurso de identidades míticas.”(PP.87 -178) e o cap 5: “Toda imagem é uma narrativa, todo gesto tem uma história.” (pp.179-214) do livro “O Lamento da Imperatriz” de Solange Pimentel Caldeira.

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